ANTONIO CALIGIURI, MEU PAI - O DESTEMIDO CALABRÊS!... (IN MEMORIAM) *Aninha Caligiuri*

[Aninha Caligiuri]

Contemplando infinitas vezes o seu semblante, os meus olhos demoravam-se nos seus olhos verdes, que possuíam um brilho nobre e fulgurante. No seu olhar exalava a alma, seu mundo burilado pelo passar dos anos.

Hoje, nove de setembro de 2015.

18 anos sem a sua presença física.

Rendo-lhe suave homenagem.

Seu espírito rico, elevado, purificado. Eu vivo porque absorvi a vida que veio do senhor. Sim, saí de sua alma. Fui um sonho concebido pelo seu coração e transformado em realidade. Abençoo, agradeço esta minha vida que veio do senhor.

Contemplei o seu semblante milhões de vezes em minha vida. Continuo contemplando milhões de vezes em suas inúmeras fotos... E dizer com a minha voz de poetisa, que enxergo a vida grandiosa, porque o senhor deu-me olhos. Digo palavras maravilhosas, porque o senhor deu-me a voz. Enxergo para além da Névoa Fragílima, porque assimilei do senhor, as riquezas do espírito.

Antonio Caligiuri, meu pai, que só dava-me e dá-me vontades de respeitá-lo e amá-lo, cada dia mais.

Dizer hoje, com meus olhos voltados para todos os lados, que a imensidão feérica  que deslumbra-me, permite que eu possa engrandecer os minutos valiosos que a Vida dá para todos os terráqueos.

Esta hora, este instante, é um hino de louvor à sua *presença -lembrança* tão verídica ao meu lado. O senhor está ao meu lado. Eu estou impregnada de sua presença. Sou da mesma argila do senhor. Conheci-o e conheço-o tanto, sabia e sei ler para além de suas pupilas. Amo-o, meu pai, com ternura sem limites. Ainda quero ler, quero enxergar sempre as verdades que exalavam de seus olhos e exalam em suas fotos.

Ah, meu pai, espírito forte, pujante de nobreza. Ah, maravilhosa raça de destemido calabrês!

Contemplo hoje, seu semblante nas fotos e busco auroras novas, para que sua memória esteja viva pela minha suave ternura que não morre. E pelo meu carinho doce e macio que  ofertei e ainda oferto ao senhor.

Canto hoje, neste poema em prosa, o meu enxergar, através da luz de meus olhos, criados pelo senhor.

(*Aninha Caligiuri*).